A histerectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção total ou parcial do útero, um órgão muscular localizado na parte inferior do abdômen da mulher. É a cirurgia ginecológica mais comum no mundo, realizada por diversos motivos, como:
- Miomas uterinos: Tumores benignos no útero que podem causar sangramento excessivo, dor pélvica e outros sintomas.
- Adenomiose: Crescimento do tecido endometrial dentro da parede muscular do útero, causando dor pélvica intensa e sangramento menstrual intenso.
- Endometriose: Crescimento do tecido endometrial fora do útero, causando dor pélvica, infertilidade e outros problemas.
- Câncer de útero, ovário ou colo do útero: A histerectomia pode ser parte do tratamento para esses tipos de câncer.
- Sangramento menstrual intenso: Quando outros tratamentos não são eficazes para controlar o sangramento excessivo durante a menstruação.
- Dor pélvica crônica: Quando a dor pélvica é severa e não responde a outros tratamentos.
- Prolapso uterino: Descida do útero para a vagina, causando desconforto e outros problemas.
Se você ainda não leu nosso artigo sobre os tipos de cirurgias de miomas uterinos, não perca tempo, esclarecimento é tudo para uma boa prevenção.
Tipos de Histerectomia:
Existem três tipos principais de histerectomia, são elas:
- Total: Remove o útero, o colo do útero e, em alguns casos, os ovários e as trompas de Falópio.
- Subtotal: Remove o corpo do útero, mas conserva o colo do útero.
- Radical: Remove o útero, o colo do útero, parte da vagina e os ligamentos adjacentes, geralmente realizada em casos de câncer.
Entenda as Técnicas Cirúrgicas
A histerectomia pode ser realizada por diferentes técnicas, são elas:
- Laparoscopia: Técnica minimamente invasiva realizada através de pequenos cortes no abdômen, por onde são introduzidos instrumentos cirúrgicos e uma câmera. Permite melhor visualização do campo operatório, menos dor e recuperação mais rápida. É a técnica mais utilizada para histerectomia.
- Laparotomia: Cirurgia aberta realizada por um corte maior no abdômen. Utilizada em casos mais complexos ou quando a laparoscopia não é possível.
- Vaginal: Remoção do útero através da vagina. Utilizada em casos selecionados, geralmente para histerectomia subtotal.
Etapas da Cirurgia:
- Anestesia: A paciente recebe anestesia geral ou regional para garantir conforto e segurança durante o procedimento.
- Incisão: A incisão varia de acordo com a técnica escolhida: laparoscopia (pequenos cortes), laparotomia (corte maior no abdômen) ou histerectomia vaginal (incisão na vagina).
- Remoção do Útero: O cirurgião liga e corta os ligamentos que sustentam o útero, separa o útero da vagina e o remove.
- Remoção de Outros Órgãos (se necessário): Em alguns casos, os ovários, trompas de Falópio ou parte da vagina também podem ser removidos.
- Fechamento da Incisão: A incisão é fechada com suturas ou outros métodos, dependendo da técnica utilizada.
Benefícios da Histerectomia:
- Alívio dos sintomas: Elimina os sintomas causados pela doença que motivou a cirurgia, como dor pélvica, sangramento menstrual excessivo, infertilidade e outros problemas.
- Prevenção do câncer: Em alguns casos, a histerectomia pode reduzir o risco de desenvolver câncer de útero ou ovário.
- Melhoria da qualidade de vida: Ao eliminar os sintomas que afetam a qualidade de vida da mulher, a histerectomia pode proporcionar um bem-estar geral e um retorno às atividades normais.
Riscos e Complicações
Embora a histerectomia seja um procedimento cirúrgico seguro e eficaz, como qualquer procedimento médico, apresenta alguns riscos e complicações, que podem ser agudos (imediatos) ou tardio (a longo prazo).
Riscos Agudos:
- Infecção: A infecção é a complicação mais comum da histerectomia, podendo ocorrer no local da incisão ou em outros órgãos. Os sintomas de infecção incluem febre, calafrios, dor, vermelhidão e inchaço no local da incisão, além de corrimento vaginal anormal.
- Sangramento: Sangramento excessivo durante ou após a cirurgia pode ser uma complicação grave. Os sintomas de sangramento excessivo incluem sangramento vaginal intenso, tontura, desmaios e fraqueza.
- Lesão de órgãos adjacentes: Durante a histerectomia, há um pequeno risco de lesão de órgãos próximos ao útero, como bexiga, intestinos, ureteres ou nervos. Isso pode causar problemas como incontinência urinária, constipação, dor pélvica e disfunção sexual.
- Trombose venosa profunda: A formação de coágulos sanguíneos nas pernas (trombose venosa profunda) é uma complicação grave que pode ocorrer após qualquer cirurgia. Esses coágulos podem se desprender e viajar para os pulmões, causando embolia pulmonar, que pode ser fatal.
- Anestesia: As reações à anestesia, como náuseas, vômitos, tontura e calafrios, são comuns, mas geralmente leves e transitórias. Em casos raros, podem ocorrer reações mais graves, como alergias ou problemas respiratórios.
Riscos Tardio:
- Menopausa precoce: Se os ovários forem removidos durante a histerectomia, a mulher entrará na menopausa imediatamente, mesmo que ainda não tenha atingido a idade natural da menopausa. Isso pode causar sintomas como ondas de calor, suores noturnos, secura vaginal, alterações de humor e perda óssea.
- Incontinência urinária: A histerectomia pode aumentar o risco de incontinência urinária, especialmente em mulheres que já apresentavam algum grau de incontinência antes da cirurgia. Isso ocorre porque a remoção do útero pode alterar a posição da bexiga e dos músculos que a controlam.
- Prolapso dos órgãos pélvicos: O prolapso dos órgãos pélvicos ocorre quando os órgãos pélvicos, como bexiga, reto ou útero remanescente (se não for removido), descem para a vagina. Isso pode causar sintomas como desconforto vaginal, dor nas costas, incontinência urinária e fecal e dificuldade em ter relações sexuais.
- Alterações na vida sexual: A histerectomia pode afetar a libido e a lubrificação vaginal, podendo levar a disfunção sexual. No entanto, isso nem sempre acontece e muitas mulheres relatam que sua vida sexual não é afetada ou até melhora após a cirurgia.
- Depressão e ansiedade: A histerectomia pode causar alterações emocionais, como depressão e ansiedade, especialmente em mulheres com histórico de problemas de saúde mental.
É importante ressaltar que:
- A maioria das mulheres que se submetem à histerectomia não apresenta nenhuma complicação grave.
- Os riscos e complicações variam de acordo com a idade da paciente, seu estado geral de saúde, o tipo de histerectomia realizada e a experiência do cirurgião.
- O médico especialista irá discutir os riscos e benefícios da histerectomia com a paciente em detalhes antes do procedimento, para que ela possa tomar uma decisão informada sobre o tratamento mais adequado para o seu caso.
O que o Conselho Federal de Medicina (CFM) fala sobre a Histerectomia?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconhece a histerectomia como um procedimento médico válido para o tratamento de diversas condições ginecológicas, mas ressalta a importância de que seja realizada de forma responsável, ética e individualizada, considerando os benefícios e riscos para cada paciente.
O CFM destaca:
- Necessidade de diagnóstico preciso: A histerectomia deve ser realizada apenas após o diagnóstico preciso da causa dos sintomas da paciente, descartando outras opções de tratamento menos invasivas.
- Avaliação individualizada: Cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico especialista, considerando a idade da paciente, seus desejos de fertilidade, a gravidade dos sintomas e a presença de outras comorbidades.
- Informação completa à paciente: A paciente deve receber informações completas sobre a histerectomia, incluindo seus benefícios, riscos, alternativas de tratamento e expectativas de recuperação, antes de tomar a decisão de realizar o procedimento.
- Realização por médicos qualificados: A histerectomia deve ser realizada por médicos qualificados e experientes em cirurgia ginecológica, em centros médicos com infraestrutura adequada para garantir a segurança da paciente.
- Orientação sobre os efeitos da histerectomia: O CFM orienta que as pacientes sejam informadas sobre os efeitos físicos e psicológicos da histerectomia, como a perda da fertilidade, alterações hormonais e possíveis mudanças na vida sexual.
- Acompanhamento pós-operatório: É importante que as pacientes recebam acompanhamento médico adequado após a histerectomia para monitorar a recuperação e tratar possíveis complicações.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não possui uma página específica na internet dedicada exclusivamente à histerectomia. No entanto, você pode encontrar informações relevantes sobre o tema em diferentes seções do site do CFM.
Para conhecer os tipos de cirurgias de miomas uterinos, leia o nosso artigo com o título “Cirurgias de Miomas Uterinos: Um Guia Detalhado”.