Dra. Maria Cecília Erthal, diretora do Centro de Fertilidade da Rede D’Or, fala ao site sobre alguns dos principais mitos da fertilização.
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Mitos e verdades sobre a fertilização
Conversamos com dois médicos especialistas em medicina reprodutiva para tirar dúvidas comuns sobre a fertilização
Natália Mazzoni | 07/09/2009 08:11
A dificuldade para ter filhos pode ser o grande pesadelo de um casal. Muitas mulheres acabam procurando ajuda médica, devido ao grande número de mitos em torno desse tema. Por isso, convidamos dois especialistas que respondem as cinco dúvidas mais comuns sobre fertilização.
1. Se um casal é sadio, ele sempre consegue engravidar no primeiro mês de tentativa?
Não. A primeira coisa que se deve saber é que um casal completamente sadio e decidido a ter filhos pode não conseguir no primeiro mês. As chances de isso acontecer, segundo o ginecologista especialista em medicina reprodutiva, Marco Melo, são de apenas 15 a 20%. “Após 12 meses, o casal terá aproximadamente 85-90% de chances de engravidar. “Caso isto não ocorra, aí sim é necessário procurar ajuda médica”, diz ele.
2. Quando um casal não consegue, geralmente a culpa é da mulher?
Não. Uma das principais inverdades nesse universo é a de que a mulher geralmente é responsável pelas dificuldades em ter filho. A verdade é que existe a mesma incidência entre os dois sexos. “Cada um responde por 40% das causas. Os outros 20% restantes podem ser motivos de infertilidade sem causa aparente”, explica o médico. Vale lembrar que, ao contrário do que muitos dizem, a mulher que usou anticoncepcional por muito tempo não desenvolve dificuldade para ser fecundada.
3. As chances de óvulo ser fecundado diminuem com a idade?
Sim. As mulheres podem, ao longo do tempo, desenvolver dificuldade de engravidar. Quanto maior a idade, menores são as possibilidades de o óvulo ser fertilizado. “O que acontece é uma redução não só no número de óvulos, como também da sua qualidade”, explica Melo.
4. Homens que trabalham muito tempo sentados ou que ingerem muita vitamina A podem ficar estéreis?
Não. “Os mitos não rondam apenas as mulheres”, comenta o médico. “Além disso, os populares afrodisíacos, como ovos de codorna e amendoins, estão totalmente descartados pela medicina como métodos de aumentar a fertilidade masculina”.
5. Técnicas modernas, como congelamento dos óvulos, podem funcionar?
Sim. Hoje, algumas técnicas podem ajudar as mulheres que querem ter filhos mais tarde. Uma delas é a vitrificação dos óvulos, uma das maiores evoluções da reprodução assistida. “Esse procedimento em que os óvulos são congelados permite que as chances de sucesso sejam semelhantes às de uma mulher bem mais nova”, comenta o médico.
A médica especialista em reprodução humana assistida, Maria Cecília Erthal, diretora do Centro de Fertilidade da Rede D’Or, explica melhor esse método: “A técnica consiste em preservar os embriões dos cristais que podem se formar no seu interior depois do congelamento. Isso pode destruir células importantes do óvulo, o que não acontece quando utilizamos as substâncias específicas que evitam esses cristais. Depois de congelados da forma correta, os óvulos podem ser utilizados pela mulher tempos depois”.
Outro avanço da medicina nesse quesito é a PGS, Sreening Pré Implatacional. “Esse procedimento é feito a partir da retirada de uma célula do embrião para pesquisa. Dessa maneira conseguimos saber se existe alguma alteração genética, como a síndrome de Down, Edwards, Patau entre outras”, finaliza a médica.