A Azoospermia apareceu no seu exame? Muitos homens quando fazem o primeiro espermograma ficam na expectativa para saber o resultado. Tipo aquela ansiedade da época de colégio para saber se tirou nota azul na prova ou se dá para passar de ano.
Porém, quando não são encontrados espermatozoides, e no resultado vem Azoospermia, muitos encaram como se fosse tirar um zero, ou pior, como se fosse a última chance. Mas como veremos, não é assim que as coisas funcionam.
A azoospermia pode ser encontrada em 1% dos homens, e em 10% dos homens com infertilidade.
Existem 2 tipos de azoospermia: obstrutiva e não obstrutiva. É importante entender que a produção dos espermatozoides é feita nos testículos, e o líquido seminal é produzido pela próstata e vesículas seminais. Logo, o fato de não aparecer espermatozoides no ejaculado não significa obrigatoriamente que não estão sendo produzidos. Podem apenas não estarem passando. Exatamente o que ocorre na azoospermia obstrutiva.
Além disso, mesmo quando o problema está na produção, ainda assim podemos ter focos ou ilhas nos testículos produzindo espermatozoides. Essa quantidade reduzida muitas vezes é insuficiente para que sejam vistos no espermograma. No entanto, podem ser encontradas através de uma cirurgia chamada microdissecção testicular em cerca de 50 % dos casos.
É muito importante uma avaliação urológica especializada pois devemos considerar que existem os quadros mais severos, onde não há o tecido germinativo, por exemplo.
Essas células germinativas do testículo são as responsáveis pela produção dos gametas masculinos. Quando temos azoospermia associada a alterações genéticas, por exemplo como algumas microdeleções do cromossomo Y, não há indicação de fazer biópsia ou microdissecção testicular pois não há chance de encontrar espermatozoides.
Por isso, mesmo sendo cenário mais desafiador para os médicos e pacientes, devemos ter em mente que existem diferentes causas e diferentes possibilidade na azoospermia não obstrutiva.
Afinal, com o surgimento da técnica ICSI, tornou-se possível para muitos homens com azoospermia serem pais biológicos. Essa técnica permite fazer a fertilização injetando um espermatozoide dentro de um óvulo com uma microagulha. Geralmente após 3 a 5 dias , o embrião, ou melhor, o blastocisto é transferido para o útero para seguir o fluxo normal da gravidez.
Por isso, os grandes centros de fertilização contam com um médico urologista especializado que pode utilizar esses diferentes recursos para “capturar” os espermatozoides e viabilizar a fertilização.
O diagnóstico de azoospermia muitas vezes é só o começo da jornada, e não o fim.