SOP: Entenda a Síndrome
Hoje em dia, a realização de exame de ultrassonografia transvaginal é uma rotina na avaliação ginecológica. Com isso, a identificação de cistos ovarianos aumentou, 20 a 30 % das mulheres apresentam essas alterações nos ovários. Porém, na maior parte dos casos, esses cistos não têm relação com doenças e desaparecem de forma espontânea. Em torno de 10% dos casos os cistos são provocados por uma alteração hormonal, tal distúrbio é conhecido como Síndrome dos ovários policísticos, conhecida como SOP, que geralmente ocorre associada a outros sintomas.
QUAIS OS PRINCIPAIS SINTOMAS DA SOP?
- Alterações no ciclo menstrual, que pode ter longos intervalos, em torno de três meses entre uma menstruação e outra, ou até mesmo a ausência da menstruação. Os ovários não conseguem completar o ciclo de ovulação, desenvolvem o folículo, que não amadurece e não sofre o processo de ovulação. Dessa forma esses pequenos folículos (que não ovularam), se acumulam no ovário e formam os microcistos. Nem sempre a presença de menstruação significa ovulação. A mulher pode menstruar todo mês e mesmo assim não ter ovulação.
- Alterações hormonais, principalmente o excesso de produção de testosterona (hormônio masculino), podendo causar o aparecimento de pelos em locais não habituais, aumento da oleosidade da pele, e acúmulo de gordura abdominal, com tendência a obesidade.
- Em alguns casos pode ocorrer uma resistência à atuação da insulina (hormônio que regula o açúcar no sangue) com tendência ao desenvolvimento de diabetes, assim como aumenta a chance do aparecimento de doenças cardiovasculares.
QUAIS AS CAUSAS DA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS?
A síndrome dos ovários policísticos não tem uma causa específica conhecida, porém, é sabido que ocorre uma disfunção no hipotálamo (glândula que regula a produção hormonal) e também uma resistência a ação da insulina. Ocorre então, um aumento na produção de insulina, que por sua vez estimula a produção excessiva de hormônio masculino pelos ovários, acarretando todos os sinais e sintomas que compõe a tríada clássica da SOP: obesidade, amenorréia (ausência da menstruação) e hirsutismo (aumento de pêlos no corpo). É importante ressaltar, porém, que nem toda a mulher obesa necessariamente vai ter a síndrome de ovários policísticos, como nem toda a portadora do distúrbio ficará obesa.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME?
O diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos pode ser feito através de exame de ultrassonografia pélvica ou transvaginal, exames clínicos e laboratoriais.
Para a confirmação da presença da síndrome, a mulher deve apresentar pelo menos dois dentre os seguintes sintomas:
- Ovários policísticos pela ultrassonografia, apresentando mais de 12 folículos na superfície com aumento do volume ovariano acima de 10 cm3;
- Falta de ovulação ou deficiência, o que pode levar a dificuldade em engravidar;
- Sinais clínicos ou laboratoriais de aumento na produção de hormônio masculino.
Todas as pacientes com diagnóstico sugestivo de SOP devem realizar outros exames de avaliação hormonal tais como: dosagem de prolactina, hormônios tireoidianos e hormônios produzidos pela glândula supra-renal.
A SÍNDROME E A INFERTILIDADE
Muitas mulheres só descobrem que têm o problema quando decidem tentar ter filhos e começam a enfrentar dificuldades.
As portadoras da síndrome podem vir a ter uma resposta acima da espera às medicações e apresentarem, por isso, desconforto, característico de hiperestímulo dos ovários. Assim, o tratamento destas pacientes deve ser individualizado e extremamente criterioso, a abordagem ideal pode variar de acordo com o quadro clínico de cada uma.
Uma das principais alternativas para essas pacientes é a fertilização in vitro, especialmente quando existem outras causas de dificuldade para engravidar além da ovulação comprometida.
TRATAMENTO
O tratamento dessa síndrome hormonal vai depender do objetivo da paciente. Em geral, é indicado o uso de anticoncepcionais orais (pílula), que diminuem o aparecimento de pelos, espinhas, cólicas ou mesmo o aumento de peso.
Caso a mulher queira engravidar, a primeira alternativa é o uso de indutores de ovulação e em alguns casos específicos, pode ser necessário um tratamento de reprodução assistida.
ATENÇÃO: Mudança nos hábitos de vida, com dieta e exercícios, é fundamental para a saúde e para o bem-estar, principalmente às que desejam a gravidez!
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