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Gravidez após câncer da mama não aumenta risco de reincidência

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Estudo mostra que gravidez após câncer da mama não aumenta risco de reincidência

Foi apresentado no início deste mês, na Sociedade Americana de Oncologia Clínica – American Society of Clinical Oncology (ASCO) -, em Chicago, um estudo que revela que as mulheres que já sofreram de câncer da mama podem ter filhos sem aumentar o risco retorno da doença.
Mulheres que tiveram câncer de mama geralmente sentem medo da possibilidade de retorno da doença devido ao aumento na produção de hormônios durante a gestação, que pode causar o crescimento das células cancerígenas. Porém, o recente estudo, que contou com a participação de mais de 1.200 pacientes, revelou que elas podem ser capazes de ter um bebê sem aumentar o risco de manifestar novamente a doença.

Das mais de 1.200 mulheres com câncer de mama, cerca de um terço engravidou logo após a descoberta da doença. A conclusão, depois de 12 anos de acompanhamento, foi de que as mulheres que engravidaram não apresentaram maior risco de volta do câncer do que aquelas que não engravidaram.
A amostra incluiu pacientes com tumores positivos para receptores de estrogênio (RE+), que eram consideradas de maior risco. O câncer de mama RE positivo é “alimentado” pelo estrogênio, um hormônio que tem seus níveis elevados durante a gestação. Mulheres com câncer e RE-positivo geralmente tomam medicamentos bloqueadores de estrogênio de cinco a dez anos para neutralizar o crescimento do tumor. Para essas mulheres, a gravidez significaria uma pausa no tratamento.
Das 1.207 mulheres analisadas, que tinham menos de 50 anos, diagnosticadas antes de 2008 com câncer de mama não-metástico, 57% tiveram câncer de mama com RE-positivo. 333 das mulheres da amostra ficaram grávidas. Para cada gestante, outras três mulheres com cânceres semelhantes não engravidaram.
Os pesquisadores acompanharam as pacientes em análise – gestantes e não gestantes- durante cerca de dez anos e observaram que não houve diferença significativa de recorrência do câncer entre as que tiveram filho e as que não engravidaram.
Além disso, o estudo também mostrou que as pacientes RE+ que gestaram tiveram uma chance 42% menor de morte do que as que não seguiram esse caminho. Os pesquisadores acreditam que a gestação pode ter um papel protetor contra a recidiva nesses casos.
“É possível que isso ocorra por meio do sistema imune ou mecanismos hormonais, mas ainda precisamos de mais pesquisa para dizer com certeza”, disse o principal autor do estudo, Matteo Lambertini,
Ainda assim, os investigadores ressaltam que serão necessárias mais investigações para entender os efeitos da gravidez em mulheres com outros tipos de câncer. São necessárias mais pesquisas para analisar quais os efeitos da gravidez em mulheres com presença da proteína HER2 que potencializa o crescimento do tumor, e em mulheres que herdam mutações genéticas nos genes BRCA.

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