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Implante de um único embrião em fertilização assistida diminui os riscos para mamães e bebês

diadospais

A gestação múltipla é algo ainda relativamente frequente como resultado de uma fertilização in vitro. O motivo disso é que, com o objetivo de aumentar as chances de gravidez, pode ser necessário implantar de dois a três embriões no útero da mulher a cada tentativa. Com isso, aumentando-se também a incidência de gestações gemelares. Contudo, felizmente, é cada vez mais comum a prática da implantação única de embrião, procedimento realizado em cerca de 70% das inseminações realizadas em países europeus e com crescente procura no Brasil.

Muitas são as vantagens da inseminação única de embrião. Observamos no Vida Centro de Fertilidade um número crescente de casais em busca dessa opção, por estarem mais conscientes das complicações que uma gravidez múltipla pode trazer. Alguns problemas, como a hiperestimulação ovariana, por exemplo, tendem a ter menor incidência, já que a quantidade de medicamento é inferior à necessária em uma implantação numerosa de embriões. Os custos também são menores de uma maneira geral, pois a prática envolve a manipulação de poucos óvulos no laboratório e os gastos com partos de gestações únicas são mais baixos. Sem falar nos custos com UTI neonatal para prematuros, mais comuns em gestações gemelares.

O procedimento de implante único é semelhante àquele cujo número de embriões é maior, a diferença é que apenas um é colocado no cateter de transferência. A escolha do embrião que irá ser implantado é feita por meio de uma avaliação criteriosa do material fecundado. Os embriões formados são avaliados minuciosamente, de acordo com a evolução celular e aparência morfológica e recebem notas em uma escala de X a X. O de maior qualidade é selecionado para a transferência.

Apesar da implantação de múltiplos embriões elevar as chances de gravidez pelo aumento das possibilidades numéricas óbvias, o avanço das técnicas de congelamento embrionário garante taxas de sucesso semelhantes às transferências de embrião fresco. Ou seja, os embriões fecundados e não utilizados são congelados, sem que isso comprometa tentativas futuras. Após o processo de estimulação ovariana, punção e fertilização, podemos transferir apenas um embrião, congelar os excedentes e, caso a gravidez não ocorra, lançar mãos dos embriões congelados e transferir um por vez, até conseguirmos a gestação.

Apesar da crescente busca, a decisão por transferir apenas um embrião é feita em conjunto por médicos e pacientes. Há situações em que a prática é recomendada porque algumas condições põem em risco a saúde da mãe ou até mesmo do bebê, pois a implantação de mais de embrião pode levar ao abortamento. O método só não é recomendado em mulheres acima de 38 anos e que tenham histórico de várias tentativas sem sucesso, já que pode diminuir ainda mais as chances de êxito.

Dra. Maria Cecília Erthal 
Ginecologista e especialista em reprodução humana do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or

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