Foi publicada uma crônica muito interessante, no site do New York Times, de uma jovem escritora de 22 anos que está se confrontando com uma doença potencialmente letal, a leucemia. Apesar da pouca idade, Suleika Jaouad conseguiu ter um olhar adiante e vislumbrar um futuro. Essa esperança de que exista um futuro, é amparada pelo seu desejo de preservar sua fertilidade contra os efeitos nocivos das drogas que vão salvar sua vida. O congelamento de óvulos é uma opção segura e, na atualidade, temos uma chance de sobrevivência dessas células de até 90%, a criopreservação, que chega a 90%. Trata-se de um seguro. Caso a mulher consiga engravidar espontaneamente, esses óvulos podem ser descartados, o que não acontece como os embriões, que não podem ser descartados e que são objetos de muitas discussões éticas e religiosas. O câncer vem atingindo, cada vez mais, um número maior de pacientes jovens e a criopreservação dos gametas, óvulos e espermatozoides deve ser uma opção oferecida pelo próprio oncologista, antes de procedimentos e drogas esterilizantes. Lembramos também que é uma excelente opção para as mulheres que desejam postergar a gravidez por motivos pessoais, tais como razões profissionais ou a falta de um parceiro até aquele momento de suas vidas. O ideal é que o congelamento de óvulos ocorra até os 35 anos, com o objetivo de ter um número adequado de óvulos, visando, também, a boa qualidade dessas células.
Dra. Maria Cecília Erthal
Diretora médica do Vida – Centro de Fertilidade da Rede D’Or
Confira o texto “Life, Interrupted: A Yong Cancer Patient Faces Infertility” no nytimes.com: https://nyti.ms/I6idzN