A miomolisis é um conjunto de técnicas minimamente invasivas que visam a destruir os miomas uterinos sem removê-los. É uma alternativa à miomectomia cirúrgica e à histerectomia, especialmente para mulheres que desejam preservar o útero e a fertilidade.
Tipos de Miomolisis:
Atualmente, existem três técnicas principais de miomolisis:
- Embolização de Mioma Uterino: Um procedimento guiado por raio-X que bloqueia o fluxo sanguíneo para o mioma, causando sua morte e reabsorção. É realizada por um radiologista intervencionista, que introduz um cateter na artéria uterina e injeta material embólico para interromper o suprimento sanguíneo do mioma.
- Crioablação: Utiliza o frio extremo para congelar e destruir as células do mioma. É realizada por um ginecologista intervencionista, que introduz uma sonda criogênica no útero e congela o mioma sob visualização ultrassônica.
- Ablação por Radiofrequência: Emprega ondas de radiofrequência para gerar calor e destruir as células do mioma. É realizada por um ginecologista intervencionista, que introduz um eletrodo no útero e utiliza a radiofrequência para aquecer e destruir o mioma.
Benefícios da Miomolisis:
Preservação do útero e da fertilidade: Ao contrário da miomectomia cirúrgica, a miomolisis não remove o útero, permitindo que mulheres que desejam engravidar no futuro mantenham sua capacidade reprodutiva.
- Procedimento minimamente invasivo: As técnicas de miomolisis são menos invasivas que a miomectomia cirúrgica, com menor trauma, dor e tempo de recuperação.
- Menos sangramento: A miomolisis geralmente causa menos sangramento do que a miomectomia cirúrgica.
- Retorno rápido às atividades: O retorno às atividades normais após a miomolisis é geralmente mais rápido do que após a miomectomia cirúrgica.
Riscos e Complicações:
Como qualquer procedimento médico, a miomolisis apresenta alguns riscos e complicações, embora sejam relativamente raros:
- Dor: É comum sentir dor após o procedimento, que pode ser controlado com analgésicos.
- Sangramento: Pode ocorrer sangramento vaginal, especialmente após a miomolisis.
- Infecção: Pode ocorrer no local da punção ou em outros órgãos.
- Lesão de órgãos adjacentes: É rara, mas pode ocorrer, afetando bexiga, intestinos ou outros órgãos próximos ao útero.
- Falha no tratamento: Em alguns casos, a miomolisis pode não ser eficaz na destruição completa do mioma, necessitando de repetição do procedimento ou de outras opções de tratamento.
- Síndrome da dor pélvica persistente: Pode ocorrer em alguns casos, caracterizada por dor pélvica crônica após o procedimento.
Recuperação Pós-Miomolisis:
O tempo de recuperação varia de acordo com a técnica utilizada e o estado geral de saúde da paciente.
- Embolização de Mioma Uterino: A recuperação geralmente é rápida, com alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte e retorno às atividades normais em poucos dias.
- Crioablação: A recuperação é similar à da embolização, com alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte e retorno às atividades normais em poucos dias.
- Ablação por Radiofrequência: A recuperação também é rápida, com alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte e retorno às atividades normais em poucos dias.
É importante seguir as orientações médicas durante o período de recuperação, que podem incluir:
- Repouso: Evitar atividades físicas intensas e levantar peso.
- Medicação: Tomar os medicamentos prescritos para dor e controle de sangramento.
- Acompanhamento médico: Retornar para consultas de acompanhamento para avaliar a recuperação e detectar possíveis complicações.
Considerações Importantes Sobre a Miomolisis:
A miomolisis não é a solução para todos os casos de miomas uterinos. Em alguns casos, a miomectomia cirúrgica ou a histerectomia podem ser opções mais adequadas, especialmente quando os miomas são numerosos, muito grandes ou causam sangramento incontrolável.
A taxa de sucesso da miomolisis varia de acordo com a técnica utilizada, o tamanho e a localização dos miomas e as características individuais da paciente.
O que o Conselho Federal de Medicina (CFM) fala sobre a Miomolisis?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) não possui um posicionamento oficial específico sobre a miomolisis, pois se trata de uma técnica relativamente nova e ainda em desenvolvimento.
No entanto, o CFM reconhece a miomolisis como uma opção terapêutica válida para o tratamento de miomas uterinos em alguns casos, desde que seja realizada por médicos especialistas e experientes em procedimentos minimamente invasivos e com conhecimento aprofundado da técnica.
Para conhecer os tipos de cirurgias de miomas uterinos, leia o nosso artigo com o título “Cirurgias de Miomas Uterinos: Um Guia Detalhado”.